GRACINHA MOREIRA

Gracinha Moreira (Maria das Graças Moreira) nasceu em Dores do Rio Preto, Espírito Santo, Brasil, no dia 11 de março de 1954.  .
Viveu em fazenda até os seus oito anos de , mudando-se depois para Guaçuí- ES.
Fez o Curso Normal e frequentou por dois anos o Técnico em Contabilidade, que abandonou para fazer o Curso de Letras, concluído em 1976 pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Carangola, Minas Gerais.
Publicou em 1975, na “Revista Literária”, um de seus poemas.
É professora de Língua Portuguesa e Literatura.

Atualmente [em 1977] trabalha na Ilha de Marajó, trabalhando para o Instituto Guido del Toro, de Belém do Pará.

ANUÁRIO DE POETAS DO BRASIL.  2º. VOLUME.    Organização de Aparício Fernandes.  Capa  de Ney Damasceno.  Rio de Janeiro: Folha Carioca Editora Ltda., 1977.  496 p. 

Ex. bibl. Antonio Miranda.

REMINISCÊNCIA

 

O dia amanhece,
a primavera acena,
o sol aparece.
Ergo-te lentamente.
O sabiá canta
nas palmeiras de uma saudade.
O dia amanhece,
penso em ti,
o nosso dia,
o mesmo sol.
Sol do nosso amor
das palavras tão nossas.
Brisa acariciante.
Um dia,
saudade constante.

 

 

 

EXISTÊNCIA

No silêncio da tristeza
encontrei-me.
Na busca de um ideal
conservei-me.
Amar a dor
é sentir
o próprio
sentido
de existir.

MONOTONIA

 

Um quarto escuro,
sala vazia,
som seco
de uma voz a chamar,
de uma voz a penetrar
no meu silêncio seco.
Um quarto escuro,
sala vazia,
um passo seco,
pássaro atado.
Um quarto escuro

sala vazia,
um mundo quadrado.

 

 

 

CARÍCIA

 

Reações impulsiva
gritam dentro de mim.
Não quero senti-las,
porém,  não posso evita-las.
É algo atraente
numa carícia sem fim.
Quero libertar-me,
fugir de você...
Não, não posso.
Seria fugir de mim.

 

 

 

REFLEXOS

 

Um grito estridente
no silêncio do meu vazio
está a perturbar-me.
Chamo por alguém,
reclamo uma presença.
A sala cheia,
os copos dançam,
as notas soam..
O silêncio continua,
um grito estridente,
a vida a chamar.

*

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Página publicada em abril de 2021